A Crise na Itália
A partir de 1848, influenciados por movimentos
revolucionários ocorridos na França, muitos ducados e reinados da Península
Itálica começam a se unificar, o que acabou gerando alguns conflitos políticos,
onde houve um domínio de duas tendências, os republicanos liderados por
Giuseppe Mazzini e Giuseppe Garibaldi e os monarquistas liderados pelo rei
Vitor Emanuel II, do Piomonte-Sardenha, que tinha como principal articulador o
Conde Cavour. Essas insurreições nacionalistas culminaram com a constituição do
primeiro parlamento italiano, instituído em 1861, ano em que foi proclamada a
Constituição do Reino da Itália. Tempos depois (1870) Veneza, Roma, Lacio e os
Estados Pontifícios também foram incorporados.
Em 1870 a Itália já era o 8º (oitavo) maior país em extensão
e o 5º (quinto) em população, com cerca de vinte e cinco milhões de habitantes,
e era bastante pobre. Essa era a situação, apesar dos esforços empreendidos
pelo estado, para fortalecer o comércio e a indústria, iniciar a construção de
túneis e incentivar a melhoria nos portos. Em 1878, já havia mais de oito mil
quilômetros de vias férreas. A indústria começou a crescer, no entanto, a
produção nacional permanecia essencialmente agrícola, baseada numa técnica
insuficiente, apresentando um rendimento medíocre. Sua economia era baseada em
latifúndios, principalmente, na Sicília , no sul da Itália no Vale dopo. A
pobreza crescia deixando clara a desproporção entre a oferta e a procura de
trabalho. Desde o inicio da década de 70 até o ano de 1.900 a situação política
econômica do país não era nada boa, o que fazia com que o povo italiano
começasse a emigrar em busca de melhores condições de vida.
A travessia do
Atlântico
Não contentes com a essas condições a qual viviam, o povo
italiano começou a emigrar para a América, convencidos de que lá teriam uma
vida melhor. A viagem era feita através do sistema de parceria, pelo governo do
Brasil, onde disponibilizavam propriedades de terras para os italianos, em
troca de trabalho nas lavouras de café existentes nessa propriedade. Foi
através de Companhias de Navegação que se deu este êxodo populacional, que foi
grandemente influenciado por milhares de agências de emigração e milhares de
agentes e subagentes que ganhavam comissões para embarcar e orientar os
italianos. Como essas companhias e agentes visavam apenas o lucro, exageravam
nas promessas e propaganda do novo mundo, oferecendo qualidade de vida e
empregos surreais.
Nos portos de Gênova e Nápoles, o movimento era intenso, mas
a registros de italianos que partiam da Europa por Palermo, Marselha,
Bourdeaux, Hamburgo, Bremen entre outros. Durante um período de tempo os
embarques pela Inglaterra não eram registrados, sendo assim uma porta para a
emigração de pessoas que não tinham bons antecedentes.
Imagem do porto de Gênova datado de 1898:
Referências:
Júnior, José Eduardo Heflinger. E os Italianos Chegaram. Unigráfica, 2010. Vol. 4
Museu da Imigração do Estado de São Paulo
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