quarta-feira, 27 de maio de 2015

A Emigração Para o Brasil



A Crise na Itália

A partir de 1848, influenciados por movimentos revolucionários ocorridos na França, muitos ducados e reinados da Península Itálica começam a se unificar, o que acabou gerando alguns conflitos políticos, onde houve um domínio de duas tendências, os republicanos liderados por Giuseppe Mazzini e Giuseppe Garibaldi e os monarquistas liderados pelo rei Vitor Emanuel II, do Piomonte-Sardenha, que tinha como principal articulador o Conde Cavour. Essas insurreições nacionalistas culminaram com a constituição do primeiro parlamento italiano, instituído em 1861, ano em que foi proclamada a Constituição do Reino da Itália. Tempos depois (1870) Veneza, Roma, Lacio e os Estados Pontifícios também foram incorporados.
Em 1870 a Itália já era o 8º (oitavo) maior país em extensão e o 5º (quinto) em população, com cerca de vinte e cinco milhões de habitantes, e era bastante pobre. Essa era a situação, apesar dos esforços empreendidos pelo estado, para fortalecer o comércio e a indústria, iniciar a construção de túneis e incentivar a melhoria nos portos. Em 1878, já havia mais de oito mil quilômetros de vias férreas. A indústria começou a crescer, no entanto, a produção nacional permanecia essencialmente agrícola, baseada numa técnica insuficiente, apresentando um rendimento medíocre. Sua economia era baseada em latifúndios, principalmente, na Sicília , no sul da Itália no Vale dopo. A pobreza crescia deixando clara a desproporção entre a oferta e a procura de trabalho. Desde o inicio da década de 70 até o ano de 1.900 a situação política econômica do país não era nada boa, o que fazia com que o povo italiano começasse a emigrar em busca de melhores condições de vida.

A travessia do Atlântico

Não contentes com a essas condições a qual viviam, o povo italiano começou a emigrar para a América, convencidos de que lá teriam uma vida melhor. A viagem era feita através do sistema de parceria, pelo governo do Brasil, onde disponibilizavam propriedades de terras para os italianos, em troca de trabalho nas lavouras de café existentes nessa propriedade. Foi através de Companhias de Navegação que se deu este êxodo populacional, que foi grandemente influenciado por milhares de agências de emigração e milhares de agentes e subagentes que ganhavam comissões para embarcar e orientar os italianos. Como essas companhias e agentes visavam apenas o lucro, exageravam nas promessas e propaganda do novo mundo, oferecendo qualidade de vida e empregos surreais.
Nos portos de Gênova e Nápoles, o movimento era intenso, mas a registros de italianos que partiam da Europa por Palermo, Marselha, Bourdeaux, Hamburgo, Bremen entre outros. Durante um período de tempo os embarques pela Inglaterra não eram registrados, sendo assim uma porta para a emigração de pessoas que não tinham bons antecedentes.


Imagem do porto de Gênova datado de 1898:

Referências:

Júnior, José Eduardo Heflinger. E os Italianos Chegaram. Unigráfica, 2010. Vol. 4

Museu da Imigração do Estado de São Paulo

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